quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Cinzas




Abri teus versos...
Tão meus!

Poesia era nossa sina...
Juras eternas
Planos para uma vida

E você, do que ainda se lembra?
E hoje, o que você contempla?

Penso que finda a infindável promessa...
Morre agora o sonho imortal...
E pra onde vai?

Enterrei-o. E plantei teus versos.
Velei por aquele que disse nunca partir.
E esperei florir tuas palavras...

E os meus versos...
tão seus!
Onde é que poderão estar?

Plantados, velando por nós?
Talvez, ardendo em chamas:
transfigurando-se em cinzas...
levando consigo toda graça,
toda a alegria de ser...
implantando, porém, um novo início,
onde a frase se inicia em maiúsculas
logo após de um ponto final.

A cinza de onde vim... a cinza que me tornarei...
As cinzas pelas quais
renovarei minhas promessas...
As cinzas pelas quais
poderei me lembrar de quem sou
quando eu me esquecer de mim

Cinza poeira... Cinza saudade

[...]

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