terça-feira, 11 de junho de 2013

Anúncio publicitário e dia dos namorados



Hoje, dia 11 de junho, no caminho para a faculdade, avistei dentro do ônibus uma moça lendo o jornal. Como de costume, estendi o pescoço para alcançar o que ela lia. Uns dirão que é atrevimento, mas entendo-me apenas como curiosa.

Li umas notícias breves, mas nada me prendeu tanto como um simples anúncio publicitário de uma loja, a qual não me recordo o nome. Dizia assim: "Vai ficar no presentinho? A fila anda." Entendo a ânsia dos grandes empresários, tento compreender o capitalismo, suas desdobras e consequências, mas confesso que me surpreendo quase sempre.

Também não quero parecer sensacionalista demais: dizer que não se pode presentear no dia dos namorados, porque acho a troca de presentes uma atitude muito bonita. Há quem diga que 12 de junho é mais uma data comercial - e é - mas admito que é uma ótima desculpa para se lembrar de como a vocação de viver uma vida a dois é incrível.

Indignei-me, entretanto, com a propaganda, nada criativa e um pouco agressiva que associa namoro e bens materiais. Particularmente, acho cafona ouvir pessoas dizerem que "a fila anda". É extremamente mesquinho e egoísta usar esse termo e aquilo que ele designa também é bastante imbecil. Parece uma frase de convencimento próprio e esclarecimento popular de alguém que quer mostrar o quanto é importante para as pessoas. O oposto não é recíproco, tendo em vista que este alguém sempre se deparará com pessoas substituíveis.

O que faz a fila andar, neste anúncio, é o fato de que um dos indivíduos de uma relação não o presenteou da maneira esperada e por esse motivo, destruir um relacionamento. Relacionamento esse, nada sadio!

Outro dia, desta vez na volta para casa, ouvi um rapaz jovem falar ao telefone questionando sua suposta companheira sobre a possibilidade de lhe buscar num desses terminais. Ela respondeu que não poderia, e ele imediatamente respondeu-lhe: "Nem para isso você serve! E eu terei que andar essa distância toda SÓ pra te ver?". Sedentarismo e falta de amor, né?

Talvez esteja me atendo a pequenas coisas. Exagerando. Mas meu desabafo quer dizer que o amor é simples demais para tanta mesquinhez. "Difícil mesmo é ser tão simples", diz Fernando Anitelli em sua bela canção. É que esse amor, que eu ouço falar e que experimento - não enquanto namorada de alguém, porque ainda preciso muito da ajuda de Santo Antônio - mas esse amor de pessoas que nos conhecem desde que nascemos e ainda deste amor que a gente vive todo dia com as pessoas que o Amor Maior coloca em nossas vidas não é assim tão cheio de requisitos, seletivo, exigente. Esse amor é o que nos faz andar sorrindo, numa caminhada longa SÓ pra ter o gosto de poder encontrar o outro e dizer o quanto é bom tê-lo por perto, que de repente faz de um motivo que podia destruir relacionamento, um novo início. O amor que eu conheço, é um amor de recomeço!

Feliz dia dos namorados!

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